quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Velório de Niemeyer será no Palácio do Planalto, em Brasília; enterro acontece na sexta-feira (7)


Velório de Niemeyer será no Palácio do Planalto, em Brasília; enterro acontece na sexta-feira (7)

Aos 104 anos, Oscar Niemeyer morreu na noite de ontem, no Rio de Janeiro. Ele estava ao lado da mulher e de sobrinhos e netos no momento da morte

06.12.2012 | Atualizado em 06.12.2012 - 07:35
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Da Redação
O velório do arquiteto Oscar Niemeyer, que morreu na noite da quarta-feira (5) após uma agravamento no quadro de infecção respiratória, acontece nesta quinta-feira (6) no Palácio do Planalto, em Brasília. De acordo com a Agência Estado, o corpo de Niemeyer volta ao Rio de Janeira nesta noite, onde permanecerá em sala fechada durante a madrugada no Palácio da Cidade, em Botafogo, até a hora do enterro.
O sepultamento do arquiteto está previsto para ser realizado no Cemitério São João Batista, na sexta-feira (7), em horário ainda não definido. Aos 104 anos, Oscar Niemeyer morreu, ontem à noite, no Rio de Janeiro. Ele estava ao lado da mulher, Vera Lúcia, 67 anos, e de sobrinhos e netos no momento da morte.
O arquiteto Oscar Niemeyer morreu nesta quarta-feira (5)

Cerca de dez pessoas o acompanhavam em seu quarto, no hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde ele estava internado desde o dia 2 de novembro. A morte de Niemeyer foi confirmada às 21h55 (horário de Brasília). O arquiteto carioca, que completaria 105 anos no dia 15 de dezembro, esteve lúcido até ontem de manhã, quando houve piora em seu quadro de infecção respiratória e ele precisou ser sedado e entubado.
Um boletim médico divulgado à tarde informava que o estado de saúde dele era grave. Ao longo dos últimos dois anos, o arquiteto foi internado várias vezes. A última delas foi no dia 2, quando deu entrada no hospital Samaritano, a princípio para tratar de uma desidratação. Mais tarde, porém, Niemeyer apresentou hemorragia digestiva e houve piora em sua função renal.
Anteontem, uma infecção respiratória levou a uma piora no estado clínico de Niemeyer. Na manhã de ontem, o arquiteto sofreu uma parada cardiorrespiratória. Em outubro, ele havia ficado duas semanas no hospital também por causa de uma desidratação. Em maio, ele teve pneumonia e chegou a ficar internado na UTI. Recebeu alta depois de 16 dias.
Em abril de 2011, foi submetido a cirurgias para a retirada da vesícula e de um tumor no intestino. Na ocasião, ele ficou internado por 12 dias por causa de uma infecção urinária. Desta vez, Niemeyer foi submetido a tratamento de hemodiálise e fisioterapia respiratória. Em 2010, Niemeyer também foi internado em abril, devido a uma infecção urinária.
Em 2009, o arquiteto ficou internado por 24 dias no Samaritano, entre setembro e outubro, após dores abdominais. Ele chegou a passar por uma cirurgia para retirar um tumor no intestino grosso, uma semana depois de ter sido operado para a retirada de um cálculo na vesícula.
Vitalidade 
As inúmeras internações não tiraram o vigor do arquiteto.  Autor de mais de 600 projetos arquitetônicos, Niemeyer decidiu festejar os seus 104 anos do jeito que mais gostava: trabalhando em seu ateliê de janelas amplas diante da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio. O arquiteto morreu com inúmeros projetos ainda na prancheta e outros em fase de finalização.
Em fevereiro, Niemeyer fez uma visita ao Sambódromo, durante a fase final das obras de reforma da Passarela do Samba que mantiveram o traçado original que o arquiteto projetou há 30 anos. Ele enfrentou o sol forte do meio-dia e percorreu num carrinho aberto toda a extensão da avenida. “Está muito bom. Melhorou muito. Este não é um trabalho só meu, é o trabalho de um grupo. Estou entusiasmado”, disse, na ocasião.
Niemeyer nasceu no bairro de Laranjeiras, no Rio, e se formou em Arquitetura e Engenharia na Escola Nacional de Belas Artes em 1934. A presidente Dilma Rousseff divulgou uma nota lamentando a morte do arquiteto. “A sua história não cabe nas pranchetas. Niemeyer foi um revolucionário, o mentor de uma nova arquitetura, bonita, lógica e, como ele mesmo definia, inventiva. Da sinuosidade da curva, Niemeyer desenhou casas, palácios e cidades. Das injustiças do mundo, ele sonhou uma sociedade igualitária”, afirmou.

Detalhe da mão do arquiteto trabalhando em projeto de praça no Rio de Janeiro
Obras e projetos
A primeira obra que Niemayer teve participação foi o projeto do novo edifício do Ministério da Educação e Saúde, em 1936. Ainda estagiário do escritório de Lucio Costa e Carlos Leão, Oscar Niemeyer fez parte da equipe de desenvolvimento do projeto, composta também por Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Carlos Leão.

Já o primeiro projeto individual dele que foi construído foi a 'Obra do Berço', em 1937, no Rio de Janeiro. O prédio foi inaugurado no ano seguinte.

As obras mais conhecidas de Oscar Niemeyer estão em Brasília. Ele foi escolhido pelo então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, para ser responsável pelos projetos dos edifícios da capital brasileira que seria construída. Entre os trabalhos do arquiteto em Brasília, estão a Catedral de Brasília, o Palácio da Alvorada e o edifício do Congresso Nacional. Outras obras marcantes de Niemeyer são o Conjunto da Pampulha (Belo Horizonte) e o Conjunto Copan (São Paulo).

A marca de Niemeyer está presente no Brasil e em outros países. No cenário internacional, algumas obras e projetos do arquiteto são a sede da ONU (EUA), a Puerto de La Musica (Argentina), Centro Cultural em Valparaíso (Chile), Centro Cultural Principado de Astúrias (Espanha), Mesquita de Argel (Argélia), Ilha de Lazer em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) e Universidade de Ciências e Informática (Cuba).
Fonte: Correio da Bahia